Cresce busca por esportes raros

A proximidade dos Jogos Olímpicos de Pequim, que começam no mês que vem, faz aumentar a procura por esportes menos conhecidos e pouco praticados nas academias brasileiras. O crescimento na popularidade destas modalidades acontece juntamente com a visibilidade que lhes é dada durante a competição. Um levantamento feito por VEJA em algumas das maiores escolas dedicadas a esportes olímpicos chegou a uma estimativa: historicamente, o número de alunos sobe por volta de 30% depois dos Jogos.

Quando um atleta brasileiro sobe no pódio ou, mesmo sem chegar tão longe, desperta alguma espécie de empatia, o porcentual de praticantes de sua modalidade aumenta. A pedido da revista, um grupo de especialistas elaborou uma lista com seis desses esportes, publicada na edição desta semana. Segundo os especialistas, são modalidades bastante benéficas à saúde, apesar de muita gente não saber disso. Eles dizem que todas podem ser iniciadas ainda na infância.

São elas o salto ornamental, o hóquei, o remo, o nado sincronizado, o badminton e a esgrima. Os dois primeiros, por exemplo, são ótimos para o desenvolvimento muscular – enquanto o salto ornamental propicia uma flexibilidade sem igual aos músculos, o hóquei os fortalece como somente o futebol consegue. Já o nado sincronizado e o badminton são especialmente bons para o sistema cardiorrespiratório.

Confira quais são as vantagens e os riscos de cada um destes esportes na seção Guia de VEJA desta semana (exclusiva para assinantes).

Olimpíada na academia

O aumento de popularidade de esportes menos conhecidos
e pouco praticados por brasileiros, como hóquei ou salto
ornamental, é um fenômeno típico do período de Olimpíadas.

Monica Weinberg

O crescimento na procura por tais modalidades acontece juntamente com a visibilidade que lhes é dada durante a competição. Um levantamento feito por VEJA em algumas das maiores escolas dedicadas a esportes olímpicos chegou a uma estimativa: historicamente, o número de alunos sobe para algo como 30% depois dos Jogos. Quando um atleta brasileiro sobe no pódio ou, mesmo sem chegar tão longe, desperta alguma espécie de empatia, o porcentual de praticantes de sua modalidade aumenta. Um grupo de especialistas elaborou uma lista com seis desses esportes por considerá-los especialmente benéficos à saúde, apesar de muita gente não saber disso. Eles dizem que todos podem ser iniciados ainda na infância – e dão a idade certa no quadro abaixo. Eis os comentários: 

Fotos Selmy Yassuda

Gabriela Jade, 13 anos: escola de salto ornamental desde os 8

Salto ornamental

Gasto calórico (em kcal por hora): 470

Partes do corpo mais exercitadas: abdômen e pernas

Quando aparecem os primeiros resultados: três meses

Comentário: raros esportes incluem tantos exercícios de alongamento – fundamentais para atingir a flexibilidade exigida nas acrobacias aéreas, aquelas que antecedem o mergulho na piscina. Com tanto alongamento, quem pratica salto dificilmente sofre de dores musculares ou na coluna

Precaução: não improvisar na coreografia dos saltos. Quando o atleta cai na água, é como se seu peso se multiplicasse por cinco, tal a intensidade do impacto. Uma queda de mau jeito pode ser arriscada 

Hóquei

Gasto calórico (em kcal por hora): 570

Partes do corpo mais exercitadas: pernas

Quando aparecem os primeiros resultados: seis meses

Comentário: esse esporte, que se originou nos Estados Unidos, é o único em que o atleta mantém as pernas flexionadas o tempo todo – inclusive ao correr com o taco atrás da bolinha –, daí elas ficarem tão musculosas com a prática regular. Só se alcança efeito semelhante no futebol  

Precaução: usar caneleiras para proteger a parte mais vulnerável da perna durante uma partida

Remo

Gasto calórico (em kcal por hora): 800

Partes do corpo mais exercitadas: pernas, braços e abdômen

Quando aparecem os primeiros resultados: seis meses

Comentário: junto com a natação, trata-se do esporte mais completo. Isso porque exercita 85% dos músculos do corpo ao mesmo tempo, desenvolve o fôlego e é a segunda modalidade que mais queima calorias – só perde para o judô

Precaução*: duas vezes na semana, fazer exercícios direcionados para a coluna e para os ombros com o objetivo de fortalecer essas regiões, bastante exigidas na prática do remo 

Nado sincronizado

Gabriela Regly, 8 anos: nado sincronizado todo dia

Gasto calórico (em kcal por hora): 400

Parte do corpo mais exercitada: abdômen

Quando aparecem os primeiros resultados: seis meses

Comentário: nenhuma outra modalidade esportiva desenvolve tanto o sistema cardiorrespiratório, uma vez que é preciso aprender a ficar até um minuto e meio submerso às voltas com movimentos de braços e pernas

Precaução: fazer sempre dez minutos de exercícios fora da piscina, para evitar cãibras, e usar tampões nos ouvidos, caso sinta pressão neles e o médico julgue necessário

Badminton

Gasto calórico (em kcal por hora): 500

Partes do corpo mais exercitadas: pernas

Quando aparecem os primeiros resultados: três meses

Comentário: as diferenças desse jogo para uma partida de tênis não se restringem à substituição da bolinha pela peteca: no badminton, é preciso ser três vezes mais rápido para se movimentar numa quadra com um sexto do tamanho. Daí a melhora na capacidade cardiorrespiratória. O efeito de uma partida é semelhante ao de 6 quilômetros de corrida

Precaução*: correr duas vezes por semana durante meia hora para fortalecer os músculos das pernas e, assim, evitar lesões nos tendões e nas articulações dos joelhos

Esgrima

Alexandre Schneider

Luiz Guilherme Petrachi, 40 anos: esgrima contra o stress

Gasto calórico (em kcal por hora): 430

Partes do corpo mais exercitadas: braços e pernas

Quando aparecem os primeiros resultados: oito meses

Comentário: poucos esportes desenvolvem tanto a flexibilidade e a postura, o que faz dele um ótimo preventivo contra dores na coluna. É especialmente indicado para crianças por dois de seus benefícios: ajuda a melhorar a coordenação motora e a concentração

Precaução: tomar água sempre antes e depois do exercício. Muita gente fica desidratada ao suar em excesso por causa do uniforme, feito do mesmo material pesado usado nos coletes à prova de balas

* Medidas preventivas dispensadas para crianças, uma vez que o treino delas é mais leve

 

Fonte:
http://vejaonline.abril.com.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=1&textCode=144165&date=currentDate

http://veja.abril.com.br/090708/p_124.shtml